Com o passar dos anos, vimos inúmeros MMORPGs nascerem com promessas grandiosas e caírem no esquecimento em poucos meses. Em meio a tantos fracassos e poucos sucessos verdadeiros, a pergunta que fica é: o que um MMORPG precisa fazer para realmente dar certo?
Na visão da Central MMORPG, depois de cobrir, testar, analisar e participar de inúmeros projetos — desde títulos consagrados até jogos indie em estágios iniciais — conseguimos identificar os principais pontos que diferenciam um MMORPG promissor de um fracasso anunciado.
Progressão Significativa e Recompensadora
O jogador precisa sentir que cada minuto gasto no jogo vale a pena. Um dos maiores problemas nos MMORPGs atuais é a progressão rasa e pouco recompensadora. Muitos jogos obrigam o jogador a seguir um caminho rígido de quests sem liberdade real, e o pior: matar monstros não dá XP ou loot relevante, tornando-os obstáculos inúteis no mapa.
Solução: Sistemas que recompensam a exploração, o combate e a repetição de atividades de forma orgânica, como eventos dinâmicos, crafting com propósito e loot relevante.
Exemplos positivos: Ragnarok clássico, Tibia e até títulos como New World (na versão Aeternum).
Combate Divertido e com Peso
O sistema de combate é o que mantém o jogador engajado a longo prazo. Combates engessados, com animações travadas ou com falta de impacto visual e sonoro, afastam rapidamente.
Solução: Sistema de combate fluido, com feedback visual e sonoro de qualidade, esquivas, combos, skills com animações envolventes e builds variadas.
Exemplo positivo: Black Desert Online (em mecânica), Once Human (em feeling), e o recém-testado The Quinfall (apesar das limitações, tem potencial).
Economia Viva e Controlada pelos Jogadores
A economia é a espinha dorsal de um MMORPG. Quando ela é controlada por NPCs, o mundo parece artificial. Quando o crafting é inútil, o jogo perde profundidade.
Solução: Deixe os jogadores construírem, venderem, trocarem, produzirem. Dê propósito aos itens criados e torne a economia um pilar do gameplay.
Exemplo positivo: Star Reach (MMO sci-fi em desenvolvimento), EVE Online, Albion Online.
PvP com Propósito (e PvE Rico Também)
PvP por PvP é vazio. PvP com propósito (controle de território, ranking, reputação, recursos) é viciante. Mas PvE também precisa ser robusto, com bosses, dungeons, lore e desafios reais.
Solução: Adicione guerras entre guildas, batalhas por castelos, sistemas de ranqueamento. No PvE, invista em dungeons memoráveis e raids com mecânicas bem pensadas.
Exemplo positivo: Lineage 2 clássico, Vindictus com suas dungeons, e até o sistema de guerras de Scars of Honor (em desenvolvimento).
Comunicação e Transparência com a Comunidade
Quantos MMOs morreram por silêncio dos devs, promessas vazias ou updates mal explicados? A comunidade precisa ser ouvida e informada.
Solução: Lives constantes, notas de desenvolvimento, feedbacks implementados de verdade.
Exemplo positivo: Frosthaven digital, que teve roadmap, devblogs, devs conhecidos no Discord, e testadores sendo ouvidos.
Monetização Justa
Não adianta criar o melhor jogo se ele for pay-to-win. Isso destrói a base do jogo, gera desconfiança e abandono.
Solução: Monetização baseada em cosméticos, passes de batalha com recompensas visuais e conveniências não obrigatórias.
Exemplo positivo: Path of Exile (apesar de complexo), Warframe, e a proposta do reboot de Fractured Online.
Um Mundo que VIVE e RESPIRA
Nada pior do que um MMO com cidades vazias, mapas gigantescos e sem vida. O jogador precisa sentir que está num mundo real.
Solução: Eventos dinâmicos, invasões, climas, ciclos de dia e noite, NPCs com rotinas, e atividades que façam os mapas respirarem.
Exemplo positivo: New World Aeternum está no caminho, assim como BitCraft, que promete um mundo orgânico e colaborativo.
Conclusão da Central MMORPG
Se quisermos ver o renascimento dos MMORPGs como gênero dominante, os estúdios precisam parar de fazer mais do mesmo. A fórmula de copiar World of Warcraft dos anos 2000 está mais do que ultrapassada. O jogador de hoje quer desafio, liberdade, imersão e propósito. Ele quer um mundo onde suas ações tenham peso.
A Central MMORPG acredita que o sucesso de um MMORPG moderno está na união de liberdade, sistemas vivos, comunicação transparente e respeito ao tempo do jogador. Não se trata de reinventar a roda, mas de torná-la útil e divertida novamente.
Os MMOs ainda têm futuro — mas apenas para quem ousar fazer algo memorável.